domingo, 28 de fevereiro de 2010

O futebol cearense

1- O que diferencia um membro de torcida organizada de um torcedor comum?

Na minha humilde opinião podemos apontar três fatores, primeiro, o torcedor comum sempre paga pelo seu ingresso, parte considerável da torcida organizada espera que algum cartola do seu time "arranje" o dele, segundo, o torcedor comum vai ao estádio para se divertir, o da torcida organizada para arranjar confusão e, em último lugar , o torcedor comum dificilmente é ouvido pelos diretores do clube, já os membros da torcida organizada se sentem no direito de inquerir, e muitas vezes de forma violenta, atletas, treinadores, diretores e até mesmo funcionários do clube, a qualquer hora e em qualquer lugar.

2- Ir ao estádio para assistir a qualquer jogo se resume a:
  • absoluta falta de organização no trânsito e nas filas para comprar ingresso;
  • os ingressos para estudante que se esgotam rapidamente das bilheterias, e surgem de forma milagrosa nas mãos dos cambistas;
  • dentro do estádio a constante ameaça de confronto entre os membros das torcidas organizadas (as vezes do mesmo time) traz uma tensão absoluta para quem queria apenas torcer;
  • furtos e assaltos dentro e nas redondezas do estádio;
  • cadeiras desconfortáveis e venda de alimentos de higiene duvidosa com preços absurdos;
  • de vez em quando um jogo bom e em paz.
3- Para finalizar, uma dúvida, quanto as torcidas organizadas, e sobretudo seus diretores, repassam aos clubes do lucro alcançado a partir da venda de camisas, bonés, calças, etc, que utilizam a marca dos clubes?



segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

RÉVEILLON

O QUE EU VI...

...de longe

Fortaleza se consolidou como um pólo de entretimento para as festas de fim de ano. Tinha gente de todo lugar, Pernambuco, Bahia, São Paulo, Juazeiro do Norte, Himalaia, Zimbábue, Conjunto Esperança, e por aí vai.

Música muito boa, telões bons, som mais ou menos e trânsito (pessoas e automóveis) caótico. As pessoas estavam felizes ou festivas, a maioria bem vestida, havia um clima aparente de animosidade, respeito e compreensão. O show pirotécnico foi legal, faltou uma trilha sonora mais animada na hora da virada, mas deu pra passar.

...de perto

A dificuldade de deslocamento na festa e no seu entorno, isso ocorreu por dois fatores, primeiro em decorrência da multidão, um milhão de pessoas (segundo as autoridades) em um espaço mínimo, e em segundo lugar pela absoluta incompetência e inércia da autarquia municipal de trânsito, no máximo vi alguns agentes multando os automóveis estacionados em locais proibidos.

Um fato curioso que estou me perguntando até agora como foi possível de ter ocorrido, havia um caminhão da fábrica de biscoito Cream Cracker/Richester estacionado na área destinada aos pedestres, ao lado do hotel Flat Center, por que aquele caminhão estava ali? Ele foi fazer uma entrega nos hotéis da orla e resolveu ficar? Parou de funcionar? O motorista foi seqüestrado ou abduzido? Ele foi roubado e abandonado naquele local? Ninguém da organização percebeu que ele iria atrapalhar? Ele era amigo de um dos guardas de trânsito?

E a venda indiscriminada de bebidas alcoólicas nas barracas de ambulantes nas vias de acesso para o Aterro, dificultando a circulação das pessoas.

NÃO DEU PARA VER...

O momento no qual um amigo teve a câmera furtada do seu bolso por um “descuidista”- um dos diversos eufemismos para ladrão, no meio da multidão quando tentávamos sair do caos que estava a praia do Aterro, logo após a queima de fogos.

Quando o policial- um tenente da polícia militar, procurado pela vítima, disse que nada poderia ser feito, quase saiu a celebre máxima “perdeu playboy” da boca do oficial. No auge da sua “disposição” ele disse que a vítima deveria fazer um B.O. on-line para ajudar na montagem das estatísticas da PM, pois dessa forma o reforço do efetivo policial poderia ser requerido para o próximo ano. Que policial “cara de pau”, jogou parte da responsabilidade de todos os roubos, furtos e assaltos do ano que vem para cima de alguém que ele “não” poderia ajudar, pois como meu amigo não fez o B.O., o pouco efetivo policial do réveillon 2011 será culpa dele!

ALGUÉM TEM QUE VER...

Com forte investimento do poder público (municipal, estadual e federal) e da iniciativa privada (hotéis, resorts, parques, restaurantes, bebidas e etc.), foi uma festa gigantesca e as vantagens econômicas são inegáveis para nossa cidade, sobretudo em relação à geração de emprego e renda, tanto no mundo formal quanto no informal, mas ressalvas devem ser feitas:

A primeira ressalva é simples, não cabe um milhão de pessoas no Aterro, não precisa ser gênio para perceber isso.

A segunda ressalva diz respeito ao trânsito de Fortaleza, que está dez metros abaixo do “fundo do poço”, ruas esburacadas, obras mal planejadas, avenidas estreitas, o sistema de transporte público não funciona, a quantidade de táxis para grandes eventos é pequena e não há como estacionar os veículos particulares.

Por último, e o mais grave, a arrogância e a soberba, dos gestores municipais jamais permitirão que eles vejam de forma clara e madura, toda e qualquer crítica feita a eles.

RESOLUÇÃO PARA 2010

Não ir a festa de réveillon organizada pela prefeitura de Fortaleza! Desta forma estarei contribuindo para evitar o caos do trânsito, a lotação na praia e o aumento da criminalidade, já que não estarei à disposição dos assaltantes. Sou um cidadão participativo, não fico só reclamando, sou um homem de ação, além do mais, Fortaleza e sua festa de réveillon ficam mais “belas” através da televisão, dá até para ouvir o som dos fogos!